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terça-feira, 27 de maio de 2008

“Assim Falou Zaratustra” – Primeiras impressões.

Assim falou Zaratustra é um livro muito bonito escrito em quatro partes pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche. A primeira parte deste livro foi escrita em fevereiro de 1883 e tomou apenas 10 dias do tempo de Nietzsche ; em julho do mesmo ano, escreveu a segunda parte, também em 10 dias; em janeiro de 1884, a terceira parte; e um ano depois, a quarta e última parte. O livro é uma obra-prima da literatura universal e da filosofia, e também considerada a magnum opus dos escritos de Nietzsche.

Como não devia deixar de ser, a primeira vez que tomei conhecimento de Nietzsche foi assistindo a um episódio de Jornada nas Estrelas, onde fez-se uma breve referência a ele usando uma de suas famosas citações: “a humanidade é algo a ser superado.” O episódio falava sobre a criação de pessoas superiores – até acho que nas últimas dezenas de anos já devemos ter ouvido falar nisso várias vezes, não é? A partir daí, comecei uma extensa pesquisa até chegar ao tal livro – Assim Falou Zarastustra - fonte da referida citação. Devo confessar: fiquei impressionadíssimo com a obra, e levando em conta que estou somente na primeira parte do livro!

Nietzsche foi um filósofo prático, muito inteligente, com livros de conteúdo significativo, cuja obra e pensamento refletem sobre a vida e o comportamento humano e que valem para toda a eternamente, pois abordam verdades universais.

Quando leio um livro desse porte não gosto muito de conhecer antecipadamente as idéias de outras pessoas sobre tal entendimento, não antes de acabar o livro e ter minha própria opinião sobre o assunto. Acho essa técnica muito interessante para que eu mesmo possa tirar minhas próprias conclusões sobre o assunto sem me “contaminar” com outras opiniões. Feita a leitura, já posso então comparar o que achei do livro com a opinião de outras pessoas, os ditos exegetas. Mas o Zaratustra não é tão fácil assim de ler e acabei fazendo uma pequena pesquisa paralela sobre Nietzsche, sua vida e seus escritos. E antes que eu mude de opinião deixe-me postar aqui o que eu achei do livro.

Você vai encontrar na internet centenas de links falando sobre Nietzsche e seus trabalhos, vou até deixar alguns aqui, no final desta postagem, apenas para referência. Não é minha intenção falar sobre filosofia ou sobre a vida dele, pois nem tenho conhecimento para tal, vou apenas deixar registrado a minha visão inicial de como é uma pessoa leiga em filosofia ler um livro dele, as dificuldades, as belezas, os ensinamentos e tudo mais que der para passar. Antes de falar sobre essa primeira parte do Zaratustra, vamos a uma pequena biografia de Nietzshe, ah...não se preocupe, com o tempo, você aprenderá a escrever o nome dele.

Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 15 de novembro de 1844 em Roccken, Alemanha e veio a falecer em 25 de agosto de 1900, em Weimar, Alemanha. Sua infância foi conduzida de acordo com a formação religiosa de seu pai, um pastor luterano, mas na adolescência acaba se desvinculando da sua fé e entra para o curso de filologia na Universidade de Leipzig. Aos 25 anos é nomeado professor de filologia na universidade de Basiléia. Ao longo dos 10 anos seguintes, durante o ofício da docência, desenvolve sua acuidade filosófica. Importantes influências em sua vida foram a leitura de Schopenhauer, o contato com o pensamento grego antigo, a sua amizade com Richard Wagner, o seu trabalho como enfermeiro voluntário na Guerra Franco-prussiana, entre outras. Em 1879 abandona o posto de professor em função de sua saúde precária e começa então a viver de cidade em cidade a procura da cura de sua doença e onde se dedica intensamente a sua filosofia. Em 1882 apaixona-se por uma jovem russa da qual nega-lhe um pedido de casamento, mas permanece uma grande amizade entre ambos. Em fevereiro de 1883 cria a primeira parte do livro Assim falou Zaratustra – Um livro para todos e para ninguém. Nietzsche continua a escrever em ritmo crescente e em janeiro de 1889 tem uma crise mental. Fica, a partir de então, até sua morte, sob a tutela da mãe e da irmã.

Certamente você irá encontrar muitos estudos e biografia de Nietzsche, que falam sobre sua vida detalhadamente, sua obra, suas influências, seu pensamento. A idéia aqui é apenas uma abordagem geral desse filósofo notável.

Para situá-lo dentro da história vamos a algumas datas e fatos importantes:

A Guerra Franco-prussiana:
Bismarck, a união dos estados alemães e a queda de Napoleão III. A Guerra Franco-Prussiana remodelou a Europa e preparou o caminho para a Primeira Guerra Mundial.A Guerra Franco-Prussiana desenrolou-se de 19 de Julho de 1870 a 10 de Maio de 1871, tendo como adversários o Império Francês e o Reino da Prússia. O conflito marcou a culminação das tensões entre as duas potências após o crescente domínio da Prússia sobre a Alemanha, na época ainda uma federação de territórios quase que independentes. Esta guerra sinalizou o crescente poderio militar e o imperialismo da Alemanha. Foi provocada por Otto von Bismarck, o chanceler prussiano, como parte do seu plano de criar um Império Germânico unificado.

A Origem das Espécies:
(nome completo: "Sobre a origem das espécies através da selecção natural ou a preservação de raças favorecidas na luta pela vida", tradução de On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life) foi um livro escrito pelo naturalista britânico Charles Darwin. É um dos livros mais importantes da história da Biologia. Nele, Darwin propõe a teoria de que os organismos vivos evoluem gradualmente através da seleção natural.O livro foi publicado pela primeira vez a 24 de Novembro de 1859, esgotando rapidamente e criando uma controvérsia que ultrapassou o âmbito académico, ao chocar com a crença religiosa na criação, tal como é apresentada na Bíblia, no livro de Gênesis.

Iluminismo:
Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade. Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. A apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve influência em outros movimentos sociais como na independência das colônias inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil. Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero.

Totalitarismo
Os regimes totalitários nasceram em uma época em que o capitalismo passava por uma crise. Após a 1ª Guerra Mundial, veio a crise de 1929 nos Estados Unidos, que havia crescido economicamente com a guerra, até a crise conhecida como a grande depressão.Com o capitalismo em crise, tendo seus conceitos questionados, houve o surgimento de um regime que procurou ter um estado forte para que não houvesse transformações. A liberdade de pensamento deu lugar à censura e à repressão.O totalitarismo ocorreu em alguns países, cada um com seu nome, mas com as mesmas características.


Sobre Assim Falou Zaratustra.

Tenho certeza, que se você procurar na internet, encontrará muitos links falando sobre quem realmente foi Zaratustra, sobre as divisões do livro e sobre o conteúdo filosófico desenvolvido pelo autor ao longo de suas páginas, bem como uma bibliografia detalhada de Nietzsche. Eu, em poucas palavras, não conseguiria falar nada aqui sobre tudo isso, e entendo que quanto mais leio sobre ele e suas obras, mais coisas tenho a aprender: é um mundo a parte e certamente ainda vou me aventurar pelo restante de suas obras e sua vida como filósofo. Portanto, vou registrar aqui, tão somente as impressões iniciais que tive, impressões de um leigo em filosofia, sobre a primeira parte do livro Assim Falou Zaratustra, pois ainda estou lendo as demais partes.

Se você espera uma história coerente dentro do livro, não irá encontrá-la. A obra é escrita de tal forma que você, após ler o preâmbulo, poderá lê-la a partir da parte que melhor lhe aprouver. Nietzsche tem uma forma muito peculiar de escrever. São parágrafos curtos, com frases inteligentes, e completamente fragmentadas. O livro só se torna coerente como uma unidade, pelo menos essa foi a impressão que tive. Não é um livro que conta uma história, com inicio, meio e fim. É uma obra de filosofia, escrita de uma forma muito inteligente, onde um personagem, o Zaratustra, representando um sábio, desce de sua montanha para anunciar a chegada de um novo homem: o super-homem. Inicialmente ele prega os seus ensinamentos para o povo, depois ele prega para seus discípulos e finalmente ele prega para algumas pessoas que se dispõe a ouvi-lo. A temática do livro gira em torno de o Homem, tal qual o conhecemos, ser um ser em evolução, ou seja, ele seria “uma corda distendida entre o animal e o super-homem”, segundo a visão de Zaratustra-Nietzsche. Se você simplesmente começar a ler o livro, sem qualquer espécie de preparo, correrá o risco de não entender muito bem a mensagem que Nietzsche quer transmitir. Foi muito útil para mim, poder ler um pouco sobre os fatos históricos que cercaram essa época (séc XIX), tais como o totalitarismo, o iluminismo, a guerra franco-prussiana, e a mudança de paradigma da origem do homem, com o lançamento do livro A Origem das Espécies (Charles Darwin), com os links indicados acima. Assim feito, foi possível entender um pouco mais sobre as idéias desenvolvidas neste livro.

A primeira impressão que tive foi tratar-se de uma auto-biografia, pois há muitas passagens na primeira parte do livro, que dão a entender tratar-se do próprio Nietzsche, tais como o fato de Zaratustra precisar se afastar da sua pátria por 10 anos, tal qual fez Nietzsche, quando se afastou de seu oficio por motivos de saúde e saiu a vagar por várias cidades; ou o fato de Zaratustra ser um sábio que estava acima de muitas pessoas em seu conhecimento, pois Nietzsche também entendia muito bem a sociedade e o ser humano, pois foi um grande estudioso de várias obras do pensamento, e talvez ele se considerasse acima da média do pensamento da época. O fato de Zaratustra pregar a morte de Deus reflete o seu afastamento da religião e também o fato de ele pregar a vinda de um super-homem, reflete sua influência pelo Darwinismo, em minha opinião. Em Do novo ídolo, ele faz uma crítica explícita ao Estado. Zaratustra prega sobre a mulher, sobre Deus, sobre a castidade, sobre os amigos, sobre o povo, sobre o casamento, sobre tudo um pouco. Nietzsche expõe suas idéias e pensamentos a cerca do mundo em que vive e de sua crença em um ser melhor através dos ensinamentos de Zaratustra e fala em uma linguagem cheia de sabedoria, tentando reconhecer as virtudes necessárias em cada um desses tópicos, ou seja, tentando mostrar o que seria necessário para que o homem comum tornar-se um super-homem. Ele se mostra como um anunciador desse homem melhorado, que ainda estaria por chegar.

Eu, ao ler essa primeira parte, tive a impressão de tratar-se de uma autobiografia, pois até ele mesmo reconhece isso quando fala nos escritos sobre Wagner e Schopenhauer. Também Jung diz que Zaratustra é Nietzsche em um simpósio alguns anos após a sua morte, mas quando você lê um pouco mais sobre sua vida, suas influências, sua época e outros de seus livros, essa impressão acaba dissipando-se. Suas idéias vão muito mais além do que uma autobiografia, mas claro, deixando traços de sua personalidade por toda sua obra.

Sobre sua maneira de escrever.

Algumas obras atingem um grande número de pessoas, pois possuem uma linguagem simples de entender, com frases pequenas e acessíveis a uma grande parcela da população e versam sobre temas pouco complexos e que mexem com a imaginação da maioria das pessoas: seriam os livros de Paulo Coelho um exemplo? Outras obras exigem um pouco mais de instrução e interesse e atingem uma parcela um pouco menor, e são para um público mais seleto. Mas algumas obras são realmente fascinantes: exigem um leitor atendo e estritamente seleto. Eu considero o livro de Nietzsche - Assim Falou Zaratustra, para esse último grupo de leitores. Segundo suas próprias palavras: “Os figos caem das árvores: são bons e doces; e conforme caem assim se lhes abre a vermelha pele. Eu sou um vento do Norte para os figos maduros.” Parece óbvio que sua mensagem não é para todos, apenas para as pessoas mais “maduras”, tanto para os figos, quanto para os seguidores de Zaratustra, quanto para os leitores de Nietzsche, ao meu ver.

O livro tem muitas palavras e muitos assuntos desconexos tornando-o uma leitura muito difícil. Eu, por exemplo, quando li Das Três transformações, de cara não entendi muito bem a diferença entre o camelo, o leão e a criança, mas foi necessário mais duas ou três leituras atentas para entender a mensagem que ele transmite naquela passagem, é difícil mas não impossível, e o livro é tão extraordinário, que quanto mais você o lê, mais você vai entendendo o sentido que ele procura dar as suas frases. Ele costuma escrever também usando os aforismos, que são sentenças curtas que concentram um conceito de significado universal, ou seja, em algumas frases você tem o conteúdo filosófico de toda uma idéia: seu pensamento fica eternizado nessas citações. Na postagem que faço logo abaixo, aqui mesmo no blog, sintetizo as principais citações de Nietzsche da primeira parte de Zaratustra, que dá uma pequena idéia do uso de aforismos por Nietzsche e uma das citações que mais me chamam a atenção é esta que segue: “É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante.” Veja que pensamento profundo é este, e ele nos rodeia o tempo todo e nem percebemos. Aprendi nos tempos de faculdade, por exemplo, na cadeira de psicologia, que numa crise, o individuo passa por quatro fases, onde a primeira, evidentemente é a negação e que a seguir ele irá passar sistematicamente por outras fases, aceitando seu problema, até chegar à superação (última fase), mas ele precisa chegar ao fundo do poço para retornar renovado e é exatamente isso que Nietzsche diz com aquela frase; ou, então, a mãe que diz para alguém: - deixe ela chorar bastante que isso ajuda!; ou então algo como uma grande criação que nasce de uma tristeza profunda, tal qual uma matéria que tenho citada aqui mesmo no blog chamada: A grande arte e a dor

É preciso saber extrair das entrelinhas de sua obra toda a maestria deste artista: é um estilo diferente, é uma escrita inteligente e Zaratustra é o caminho para vários outros de seus livros.

Uma passagem bastante interessante citada por Simone Azevedo diz o seguinte:

“E mais, Nietzsche pede leitores que possam traí-lo, não quer seguidores, detesta rebanhos que vão atrás de um pastor e tem horror ao espírito gregário que caracteriza o nosso mundo contemporâneo.

Retribui-se mal o mestre permanecendo seu aluno. Se quem lê não se torna um mestre, se não toma o seu caminho, isso significa que não aprendeu a andar sozinho, por conta própria. Com relação a isso dizia Zaratustra: Então, vos ordeno que me percais e que vos encontreis!” um dos mais profundos ensinamentos de Nietzsche (NA. ...e eu concordo plenamente).

Assim, seu texto é complexo exigindo um certo esforço de quem lê, com certas nuances e contradições que são verdadeiras desafios para o pensamento, uma vez que ele exige do leitor que este pense uma pluralidade de perspectivas contrariando o nosso gosto pelas redundâncias.

A maioria dos fragmentos com os quais nos deparamos possui uma série de inflexões: aparecem aspas que colocam a palavra ou o conceito sob suspeita, a pontuação é enfática, e nada disso é gratuito. Esta característica faz parte de toda a sua obra.”

Sobre a vinda do super-homem.

De onde Nietzsche tirou essa idéia de super-homem?

Não sei realmente, mas posso fazer algumas suposições, baseado apenas em minhas leituras preliminares.
Certamente Nietzsche teve algumas influências para escrever este livro, mas segundo minha ótica, uma obra que deve tê-lo marcado profundamente foi Crime e Castigo, de Dostoievski (1866), pois quando vi uma resenha do livro fiquei admirado com o tema, pois trata da tríade: culpa, castigo e redenção, ou seja, tudo que prega a igreja católica, da qual Nietzsche se mostra avesso e de onde saiu a expressão: “Se Deus não existe, tudo é possível”. Essa idéia de um homem solitário, sem Deus, fazendo justiça com as próprias mãos e vivendo em função apenas de seus ideais, tem tudo a ver com o populismo russo do século XIX o qual gerou uma série de heróis anarquistas. Mas o herói de Nietzsche não é castigado nem precisa de redenção, pois ele é um ser evoluído e cria sua própria moral, pois se Deus não existe, o super-homem tem que ser um criador. Esse super-homem não se confunde com aqueles dos quadrinhos criado em 1933 por Jerry Siegel e Joe Shuster, para “resolver” o problema da Grade Depressão de 1929 nos Estados Unidos. O super-homem de Nietzsche, que na verdade é um “além-homem”, é uma pessoa comum, que possui uma série de qualidades de um homem evoluído, alguém com virtudes além das dos homens normais. Eu tenho a nítida impressão que há uma clara referência às teorias de Charles Darwin sobre evolução. Para Darwin, o homem atual é fruto de uma série de melhorias incorporadas ao seu organismo através de um processo evolutivo, onde apenas os mais aptos passam adiante esses melhoramentos. O super-homem de Nietzsche também é fruto de melhoramentos, mas não de características físicas, mas sim de suas virtudes. Eu tenho até um texto antigo falando sobre a evolução das virtudes do ser humano: Filosofia da Maria sobre a vida, o universo e tudo mais.

Essa necessidade de um ser humano melhor deve ter recebido influências da “degeneração” da sociedade daquela época em virtude do movimento chamado iluminismo, entre outras razões. Havia uma cada vez mais crescente vulgarização do saber, inclusive o super-homem de Nietzsche veio a sofrer uma vulgarização também com a onda dos super-heróis em quadrinhos que se espalhou pela América do Norte, alguns anos mais tarde, após sua morte. Afinal, num mundo cada vez mais perigoso, estamos sempre precisando de “alguém para nos defender”.

Outro dia, passando meio que rápido em frente a minha TV, acabei assistindo o finalzinho de um filme chamado “V de Vingança” cuja máscara do ator do filme já logo me chamou a atenção e até acabei gostando da mensagem passada por este filme. Apanhei-o então na locadora e acabei assistindo novamente: uma mensagem muito interessante, sobre como o ser humano está se tornando ignorante novamente, apesar dos avanços tecnológicos e como se dá o controle estatal sobre a população: cria-se um estado de perigo (que na verdade não existe) e depois promete-se a salvação. Eis que surge então um super-herói para abrir os olhos do povo. Esse super-herói nada mais é do que o super-homem de Nietzsche, que reúne todas as condições para tal: é um ser que está acima da moral tradicional, que é forte, que cria suas próprias leis, que é culto e instruído, que quer seguidores e espera que eles “amadureçam”, tal como o fez com a heroína do filme e com o inspetor. Vejam o filme, que sua mensagem é ótima e daria até para escrever um texto aqui no blog sobre esse assunto: a inquisição está de volta.

Bem, eu poderia escrever muito aqui no blog sobre Zaratustra, sobre Nietzsche, sobre a influência de sua obra em nossa vida cotidiana e assunto é que não falta, e isso apenas com a primeira parte do livro que já li. Os entendidos que me desculpem, mas os escritos aqui no blog são apenas uma visão pessoal que tive do pouco que li e sei que muito ainda pode ser comentado ou mesmo corrigidos e eu agradeceria enormemente se houvesse comentários aqui a esse respeito. Tudo vem a acrescentar e nos engrandecer.

Voltando agora à Jornada nas Estrelas, acabei descobrindo exatamente o que se quis dizer no episódio com a frase: “A humanidade é algo a ser superado”, e fui bem além. E como já dizia A. Einstein, “A mente que se abre a uma nova idéia, jamais volta ao seu tamanho original”.

Links de referência:

http://www.zaz.com.br/voltaire/artigos/nietzsche_pensamento.htm#inicio
http://www.mundodosfilosofos.com.br/nietzsche.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche
http://pt.shvoong.com/books/philosophy/256380-assim-falou-zaratustra/

http://www.cienciaefe.org.br/JORNAL/ed90/mt07.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Super-Homem_(filosofia)
http://pt.shvoong.com/humanities/1707052-anti-super-homem/
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/cjornalista/gd011206.htm
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/nietzsche_super_homem.htm
http://paginas.terra.com.br/arte/dubitoergosum/editor27.htm


2 comentários:

Anônimo disse...

Obrigado pela Ajuda!

Newton Martins

Lucas disse...

Também estou a ler e entendi bem até mesmo as três transformaçoes de primeira até chegar nas "Das Catedras da virtude" mas esse vou deixar para continuar e tentar entender outra hora...